Dor no rim – 1° de agosto

Tanto tempo que não apareço por aqui e despejo meia dúzia de palavras soltas em um enredo qualquer, de um personagem distante de si e próximo a mim. Tanto tempo que não desnudo o que sinto pra gente anônima (com a breve exceção de algumas) e provoco em mim um misto de ansiedade e aceitação, esperando que gostem da minha escrita, das personagens, das vias que a história toma em cada curva ou linha reta – tal qual na vida real.

A vida anda me dando rumos, desafios, alegrias, tristezas, mas acima de tudo tem me ensinado. Tenho os ouvidos aguçados para o que ela tem a me dizer, por vezes não ouço, mas ela sempre dá um jeito de mostrar o que quer de alguma forma.
A ansiedade se fez presente durante o último mês – presente até demais – deixando quase tudo bagunçado e um grupo no WhatsApp composto somente por mim cheio de palavras que eu precisava ouvir – e aqui entramos no mérito da vida me ensinando algo: eu posso ser minha melhor ouvinte – em cada momento em que eu só queria ficar em silêncio, quieta, sem contato com ninguém, chorando em posição fetal.

Mês passado senti a crise depressiva chegar perto e o medo que de costume me invade quando tenho estas sensações foi menor, talvez porque a ansiedade já tivesse me deixado exausta, minha mente estava nas funções básicas, com a bateria baixa. Ter medo de uma crise depressiva não era prioridade… E/OU sendo um pouco mais otimista: estou conseguindo lidar melhor com ela, trabalhar melhor as formas de me fazer bem. Colocando em prática o que aprendi na terapia.

E no meio da bagunça senti amor. Saudade muita da minha família. Mas senti amor, de uma forma geral, em demonstrações diárias, no toque, na risada ao telefone, na chamada de vídeo mais gostosa da minha vida (com quase todos os meus sobrinhos falando coisas aleatórias), no carinho e acolhimento das pessoas. Fui amada, eu sei. Eu reconheço. Mas principalmente por mim mesma.

Bom, é isto já me expus demais neste lugar rsrs

27 de agosto

“Eu tenho sentido cada nó, cada dor, cada mancha roxa nova. Eu tenho sentido meu corpo, meu estômago retorcido, o choro na garganta, a lágrima medrosa.
Eu sou forte. Sei que sou! Eu tenho meios, tenho armas. Sei que as tenho! Mas também tenho medo. Muito medo e alguns dias ele parece ser maior, muito maior. Hoje é um desses dias.
Já respirei fundo, já quase chorei e quase vomitei (talvez sejam esses “quases” que têm me atrapalhado), mas sigo caminhando…parar no momento não é uma opção. Resta dar o melhor de mim, me esforçar e fazer o que posso. Nada além disso. Porque não se há nada além disso para oferecer. E não é vergonhoso, é realista. Estou dando o meu melhor, aprendendo mais e tentando, acima de tudo, tentando ser o suficiente ou o menos ruim possível. Isso deve bastar. Espero que baste. Mas se não o for, já não tenho mais o que fazer. E tudo bem por isso! Tudo bem de verdade! Não cabemos em todos os espaços, isso não é um problema.
Está tudo bem tentar e não conseguir. O erro faz parte, a falha também. E tudo bem. De verdade!
Então respira fundo mais um pouco, ergue a cabeça e continua andando. Você vai chegar lá, mas talvez, antes, você precise passar por caminhos para aprender algumas coisas…e alguns aprendizados nem sempre são leves.
Te amo ♥”

2 comentários sobre “Dor no rim – 1° de agosto

  1. Maby Ferreira

    Feliz que voltou a escrever – falou a outra sumida rs – gosto da sinceridade das tuas palavras, quem nunca escreveu pra si mesmo? Que seja em um diário, num guardanapo, na última folha do caderno escolar, num grupo de WhatsApp “vazio”…?! É bom conversar com a gente mesmo, externalizar de alguma forma, só que principalmente reconhecer que estamos aqui, principalmente o “eu” ferido, magoado, acima de tudo, continua ali. Tentando. Parabéns pela coragem de seguir, de ser. Se amar é tão importante.

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